Iraceminha surgiu em 1948, em função da boa fertilidade de seu solo que, aliada à abundância de madeira existente, atraiu colonizadores gaúchos.
Em 1948, aqui chegava a primeira família, vinda da localidade de Escuma, Costa do Rio Chapecó. A família de Afonso Korb levou oito dias até chegar em Iraceminha.
Nessa época, a companhia ?Sul Brasil?, dirigida por gaúchos: Ricardo Vivian, de Serafina Correa (RS) e José Zanella, de Passo Fundo (RS), juntamente com outros desbravadores: Afonso Korb, Alberto Korb (filho) e Adão Farias, demarcaram as terras e as primeiras picadas desta comunidade.
Esta área de terras abrangia de Barro Preto até Rio das Antas. Uma área rica, em madeira, caça, pesca e um solo agrícola fértil. Tudo o que aqui se plantasse, daria. Porém, a bravura teria que ser bem maior do que a riqueza que esta nova terra daria aos desbravadores e pioneiros que aqui chegaram.
A riqueza da flora existente na época dava a prosperidade da futura localidade, oferecendo aos primeiros moradores a oportunidade de usufruir dos recursos naturais. As árvores nativas em grande quantidade eram pinheiro, cedro, louro, canela, marfim, guatambu, açoita, angico, grápia, ipê roxo, canjarana, canafistola, e muitas outras espécies.
Tudo era primitivo. Não havia nenhum plantio. Tudo por começar.
Os animais que aqui existiam na época, segundo os pioneiros que aqui chegavam, eram: antas, quatis, tigres, porcos-do-mato (em grande quantidade), veados, pacas, macaquinhos, leãozinhos e tamanduás.
Os alimentos básicos dos que aqui chegavam eram a caça, a pesca, mel e frutas silvestres. Não havia espaço sequer para uma horta, galinheiro ou chiqueiro.
Os pioneiros haviam se tornado hábeis caçadores. Os perigos que aqui existiam, estes homens, mulheres e crianças abrigavam-se constantemente a estar de alerta. Os animais selvagens e grupos de ?andantes? desconhecidos (chamados de andarilhos ou bandidos), intrincavam-se no mato e incomodavam os moradores.
Os ranchos eram feitos de taquaras e palhas trançadas. Depois dos ranchos, foram feitas casas com pranchas de pinheiro lascado, tudo à mão, pois ainda não havia se implantado a serraria.
Logo derrubadas algumas árvores, já se podia pensar em plantar alguma coisa. Quem sabe... milho? Coisas verdes?(horta).
Havia começado o marco inicial do futuro econômico de nosso município, que é a agricultura.
O primeiro plantio de milho foi uma colheita farta, de muito milho, o milho foi destinado para a farinha. O que sobrou foi colocado no paiol para tratar os porcos e as galinhas.
Alguns senhores foram por meio de picadas à procura de moradores mais distantes, para buscar as primeiras mudas de mandioca, batata-doce e frutas.
Para fazer a farinha necessitavam de moinho para não irem tão distante para moer o milho e transformar em farinha.
O primeiro moinho feito aqui com dois cepos de madeira e cacos de panelas, tocada a braço, para ter a farinha mais fácil. Mais tarde foi feito o moinho, tocado à água, feito um açude com vigas e pranchas lascadas, tudo de pinheiro.
Com a chegada de novos moradores em 1950, a comunidade foi se desenvolvendo.
A primeira serraria foi construída, começaram a ser serradas as primeiras tabuas, ai então, construíram-se as primeiras casas em 1952: a Casa de Misericórdia, assim chamada na época, porque abrigava as famílias que chegavam, tornou-se o primeiro hotel de Vendelino Serafini e Albino Vivian. Em seguida foram construídas outras casas espalhadas para que a vida se formasse.
Da madeira serrada, eram feitas casas e também sobrava madeira para ser levada a Mondai, hoje município, para a venda.
Muitos dos compradores adquiriram sua casa e sua terra em troca de serviços prestados ou mesmo em dinheiro e até longas prestações para o ano. O que valia realmente era o trabalho e os recursos naturais que a terra, a fauna e a flora forneciam.
Para conseguir os mantimentos: café, açúcar, farinha de trigo e outros, tiveram que criar coragem e ir, através de piques, até Cunha Porã ou Maravilha, a pé ou a cavalo.
Quando alguém adoecia, era uma preocupação. As doenças atacavam principalmente pequenos, com problemas respiratórios e febres altíssimas. Era muito difícil conseguir medicamentos naquela época. Os chás caseiros eram a solução e a ajuda de amigos e vizinhos que eram solidários nessas horas.
Em 1951, foi instalado o 1º hotel no município, para hospedar imigrantes num trajeto de 16 Km. Somente após a emancipação de Cunha Porã, foi construída a ponte sobre o Rio Iracema.
As famílias encontravam-se nas casas para rezar o terço. A primeira missa rezada em Iraceminha foi no hotel Serrafini, num dia de semana. O altar foi decorado com flores silvestres e a missa foi rezada pelo Padre Luis, de Maravilha (hoje falecido). A primeira capela foi construída no ano de 1954, no local onde se situa hoje o ginásio de esportes. Nesta capela funcionava também a escola. A primeira professora foi Dona Maria Olinda Hermann. Maria Olinda lecionou inicialmente em sua própria casa para nove alunos.
Os primeiros que aqui chegavam, visitantes, medidores, desbravadores, compradores, todos eram acolhidos às margens do nosso rio, o rio Iraceminha.
A origem do nome Iraceminha provém de uma palavra indígena, em função do rio que atravessa o município ? leva o mesmo nome.
O primeiro comércio, feito em Riqueza, vendia couro de animais e compravam sal, açúcar, munição e outros alimentos necessários.
As famílias pioneiras de Iraceminha:
Afonso Korb
Alexandre Rossoni
Albino Vivian
Desiderio Constante Provenzi
Galheno Provenzi
Antonio Poltronieri
Dorvalino Anguinoni
Vendelino Pedro Serrafini
Domingos de Araújo
José Escarbonati
A partir de 1970, através da Celesc, Iraceminha começou a render energia elétrica, impulsionando assim as indústrias madeireiras, quando se estabeleceram serrarias modernas e com maior desempenho econômico. Atualmente as mesmas madeireiras se encontram paradas, uma vez que não foram repostas as árvores nativas abatidas.
No ano de 1981, foi formada a 1ª Comissão de Emancipação de Iraceminha, cujo presidente era o Sr. Geronimo Zamprogna e tinha com Secretário o Sr. Augusto Dalmolin. Neste mesmo ano, os Senhores Geronimo Zamprogna, que na época era presidente da Comissão e os Vereadores Rosalino Augusto Dalmolin e Plínio Cipriani viajaram a capital do Estado, Florianópolis para entregar o processo de emancipação de Iraceminha na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa. Este processo não foi aprovado pela Assembléia devido às exigências que eram muito severas na época no que se referia a criação de Municípios.
No ano de 1985, formou-se novamente uma Comissão de Emancipação, desta vez presidida pelo Sr. Rosalino Augusto Dalmolin. Esta Comissão contava com o apoio de toda a comunidade, sem distinção de partidos políticos. Nesta época, todos os emancipancionistas preocupavam-se somente no progresso de Iraceminha.
Este processo de emancipação, felizmente foi aprovado pela Assembléia Legisjativa, que imediatamente marcou para o dia 18 de outubro de 1987 a realização do plebiscito. O sim obteve vitória esmagadora sobre o não. Em torno de 90% da população de Iraceminha era favorável a criação do município.
Infelizmente, no ano seguinte, o ano de 1988, o então Governador do Estado de Santa Catarina, Sr. Pedro Ivo Campos, vetou a criação do município de Iraceminha. O caso foi parar na justiça e Iraceminha perdeu em todas as instancias, inclusive no Supremo Tribunal Federal em Brasília.
Neste mesmo ano, 1988, após a promulgação da Constituição Federal, que está em vigor até hoje, Iraceminha pode ver seu sonho quase concretizado. Na nova Constituição, mudam-se os critérios para emancipações.
No ano seguinte, 1989, exatamente no dia 26 de abril de 1989, o então Governador do estado Casildo Maldaner, através da sanção da Lei Estadual 7.577, criou o município de Iraceminha, pois Iraceminha, com a promulgação da Constituição possui todos os requisitos necessários pra poder emancipa-se.
Imediatamente, no ano seguinte, 1989, ocorreram as eleições municipais para a escolha do primeiro prefeito municipal de Iraceminha. No dia 15 de novembro de 1989, o Sr. Rosalino Augusto Dalmolin, elegeu-se o primeiro prefeito municipal, num ano em que todos os brasileiros poderiam votar, pela primeira vez, no Presidente da República.
No inicio do ano de 1990, após negociações com o município de Cunha Porá, e com a posse do primeiro prefeito, o centro administrativo municipal passou a funcionar numa casa de madeira antes ocupada por servidores municipais. A inauguração do Centro Administrativo Municipal, onde funciona atualmente a Prefeitura, foi inaugurado em setembro de 1991,e contou com a presença, dentre outras diversas autoridades regionais e estaduais, do governador do Estado Vilson Kleinubing.
Iraceminha foi desmembrada de Cunha Porá e elevado à condição de município através da Lei Municipal nº 7.577 de 26 de abril de 1989, porém sua instalação aconteceu no dia 01 de janeiro de 1990, com a posse de primeiro Prefeito Municipal.
No ano de 1993 foi concretizado o asfaltamento do acesso a Br 282 até o município.
DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Iraceminha foi desmembrada de Cunha Porá e elevado à condição de município através da Lei Municipal nº 7.577 de 26 de abril de 1989, porém sua instalação aconteceu no dia 01 de janeiro de 1990, com a posse de primeiro Prefeito Municipal.
DATA FESTIVA: 26 de abril (aniversario da cidade).
COLONIZAÇÃO: alemã e italiana.
LOCALIZAÇÃO:
O município de Iraceminha possui as seguintes limitações:
NORTE: com o município de Maravilha e Flor do Sertão.
SUL: com o município de Riqueza.
LESTE: com o município de Cunha Porá.
OESTE: com o município de Descanso.
MICROREGIÇÃO:
AMERIOS ? Associação dos Municípios do Entre Rios.
AREA TERRITORIAL: 165 Km quadrados.
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE IRACEMINHA
Autor do Histórico: ADRIANA BANDEIRA SEIBERT
Bioma: Mata Atlântica
Densidade: 25,87 Habitantes por Km²
Gentílico: iraceminhense
População (em 2010): 4.253 Habitantes
Unidade Territorial: 164,376 Km²
Fonte: IBGE
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Rodoviária de Iraceminha
Endereço: Av Uruguai, s/n-Centro – CEP: 89896-000
Telefones:(0xx49)3677-0060 - (0xx49)3665-1198